O Grande Expurgo foi um período de repressão política sistemática e eliminação seletiva de indivíduos suspeitos realizado na União Soviética entre 1934 e 1940. Tomou a forma de prisões sem mandado e luxuosos julgamentos espetaculares em que o acusado confessou crimes ultrajantes.
A ditadura soviética começou sob Vladimir Lenin como uma medida "temporária" e mais tarde foi herdada por Joseph Stalin. No início dos anos 1930, com paz e relativa segurança econômica, muitos no Partido Comunista começaram a questionar a necessidade contínua de tal ditadura. Para cimentar o seu poder, Stalin implementou uma série de expurgos, começando em 1934, que implicou a criação de um exército mítico de "sabotadores" e "destruidores" que se infiltraram no partido e tiveram de ser expulsos, presos e fuzilados. Os mecanismos do Grande Expurgo foram extremamente eficazes em quebrar tanto a facção esquerdista dos partidários de Trotsky quanto os partidários direitistas de Bukharin.
O terror começou em 1934 com o assassinato de Sergei Kirov, um crítico notável do regime de Stalin. Stalin estava fortemente implicado no assassinato, mas ele o usou como pretexto para iniciar uma rodada de prisões e julgamentos espetaculares contra seus oponentes. O ritmo da repressão se acelerou durante anos até que, em 1939, todos os almirantes da Marinha e metade dos oficiais-generais do Exército foram presos ou fuzilados, e nacionalidades inteiras, especialmente os chechenos, foram deportados. Naquela época, o próprio líder da polícia secreta, Yezhov, havia sido expurgado.