Na Idade Média, a Europa Ocidental e o Japão operavam sob sistemas feudais. As semelhanças entre o feudalismo japonês e europeu incluem a divisão das classes e as relações das pessoas que vivem dentro de cada classe social.
O feudalismo é uma estrutura política e social em que as classes sociais definem a vida e o trabalho das pessoas que vivem em uma cidade ou país. As classes são estruturadas de forma a fornecer pouca chance de um camponês de classe baixa se tornar um senhor, de modo que não há mobilidade entre essas classes durante a vida de uma pessoa. Este sistema se desenvolveu como resultado de um governo central fraco.
Na ausência do governo do rei, os proprietários de terras locais ganharam o controle, oferecendo proteção às classes mais baixas de pessoas em troca de permitir que vivessem e criassem alimentos em suas terras. Os proprietários de terras cumpriam os deveres do rei, que incluíam pagar guerreiros para defender a terra, coletar impostos, construir infraestrutura e resolver disputas entre as pessoas.
Vida estruturada no Japão
Embora separados por milhares de quilômetros, a estrutura social em camadas do Japão era semelhante ao sistema feudal da Europa. Na sociedade feudal japonesa, os líderes militares shogun representavam o imperador e governavam o povo por meio dos senhores feudais, chamados daimyo. O daimyo possuía extensões de terra e permitia que os camponeses vivessem e trabalhassem nelas. Os camponeses pagavam impostos ao daimyo, que então pagava aos guerreiros samurais para proteger a propriedade.
No entanto, seguindo os princípios confucionistas e ao contrário da Europa, os camponeses japoneses eram considerados uma classe honrada porque produziam todos os alimentos de que todos precisavam para sobreviver. Na Europa, os camponeses doaram parte de suas safras às classes altas em troca de proteção. Os sistemas europeu e japonês excluíram membros do clero dos sistemas sociais.
Lealdade e habilidade foram valorizadas
Ambos os sistemas atribuíam um valor considerável à lealdade e à habilidade militar, valendo-se da filosofia e da religião para criar a estrutura da sociedade. Os japoneses seguiram os princípios do filósofo Confúcio e os europeus usaram as crenças da Igreja Católica Romana. De acordo com esses sistemas de crenças, daimyo, samurai, nobres e cavaleiros, todos tinham a obrigação moral de proteger os camponeses.
Os camponeses tinham a obrigação semelhante de expressar lealdade total aos seus senhores, e no Japão um soldado samurai tinha permissão para matar qualquer camponês que não se curvasse em sua presença. Samurais japoneses e cavaleiros europeus também seguiram códigos morais, chamados de bushido no Japão e cavalaria na Europa. Esses códigos exigiam que eles expressassem coragem na batalha e lealdade total aos senhores que os pagaram.
Prestígio e prosperidade
Nos sistemas feudais japoneses e europeus, os guerreiros gozavam de grande prestígio e prosperidade em suas comunidades. Quando eles iam para a batalha contra os inimigos, ambos os grupos montavam cavalos, carregavam espadas e usavam armaduras para proteção. Eles também valorizavam a honra mais do que qualquer outro princípio, mas tinham definições diferentes do conceito. Render-se a um oponente era tão desonroso para o samurai que o suicídio era o método preferido de morte em batalha.
Em contraste, os cavaleiros europeus acreditavam que suas vidas pertenciam a Deus e não tinham a opção de suicídio; eles tiveram que se render ou morrer em batalha. Da mesma forma, um cavaleiro derrotado esperava a misericórdia de seu conquistador, mas o samurai prefere morrer a se render aos inimigos.