A Revolução Americana inspirou a Revolução Francesa devido às suas ideias filosóficas sobre os direitos dos indivíduos e a divisão do poder. Além disso, o envolvimento francês na Revolução Americana causou problemas financeiros na França.
Inspiração da América
Muito da ideologia por trás da Revolução Francesa teve suas raízes fora da França. Intelectuais do Iluminismo, como John Locke, foram influentes em todo o mundo ocidental, e suas idéias começaram a se infiltrar nas visões políticas da época. Locke, um filósofo inglês, acreditava que o direito da monarquia de governar por descendência era inválido e que o papel principal do governo era fazer e fazer cumprir as leis para o bem do público. O trabalho de Locke foi uma fonte de inspiração durante a Revolução Americana. Quando o Congresso Continental se reuniu e finalmente formou o governo dos Estados Unidos após a Revolução Americana, muitas pessoas na França começaram a acreditar que essas idéias poderiam ser postas em prática. Essas idéias vieram à tona nas primeiras fases da revolução, quando a Assembleia Nacional Constituinte substituiu a monarquia absoluta do Antigo Regime por uma monarquia constitucional, o sistema de governo favorecido por Montesquieu. Em 1789, a mesma assembleia aprovou a "Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão", um documento que se inspira profundamente nas obras de John Locke e na "Declaração de Independência" de Thomas Jefferson. Claro, havia algumas diferenças nas maneiras como os Estados Unidos e a França interpretavam esses novos conceitos de liberdade. Os revolucionários americanos acreditavam fortemente no conceito de liberdade aplicado ao indivíduo. Em contraste, os revolucionários franceses acreditavam no conceito de liberdade coletiva. Isso levou a diferentes sistemas de governo após cada revolução respectiva.
Apoiando a Revolução Americana a todo custo
A influência da Revolução Americana não foi apenas filosófica, mas também econômica. A França apoiou o lado americano na Revolução Americana, que levou o país ao endividamento. Isso, somado a anos de safras ruins, doenças e secas, mergulhou a França em uma crise econômica profunda. Para evitar a falência, as autoridades francesas tentaram aprovar um imposto territorial que as classes aristocráticas e religiosas, que antes eram isentas de tais impostos, teriam de pagar. Sem surpresa, essas reformas financeiras foram impopulares e trouxeram a aristocracia à beira da revolta. Os altos preços do pão também causaram grande inquietação entre os cidadãos mais pobres do país. Em uma tentativa de manter a paz, o rei Luís XVI reuniu a nobreza, a classe média e o clero em Estados Gerais para expor suas queixas. O público em geral começou a afirmar mais influência na porção de classe média do Terceiro Estado, mas a aristocracia e o clero constantemente vetavam suas reclamações e sugestões. Os outros dois grupos nos Estados Gerais não estavam dispostos a desistir de seu status e poder, o que causou hostilidade dentro da assembléia. Para resolver o conflito, o rei integrou totalmente a Terceira Assembleia na Assembleia Nacional, mas o estrago já estava feito. O caos eclodiu nas ruas de Paris e se espalhou pelo país. As classes camponesas, que se sentiam utilizadas e exploradas pelos seus latifundiários e cobradores de impostos, vingaram-se em todo o campo. Em resposta, a Assembleia Nacional aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que se inspirou nos ideais por trás da Revolução Americana e nos filósofos do Iluminismo, como John Locke. Embora esta declaração essencialmente aboliu o feudalismo e estabeleceu a França como uma monarquia constitucional, ela não deteve a maré da revolução.